26 de agosto de 2022
Como construir uma empresa que controla menos e confia mais?
Nos últimos meses, preparando o livro “Organizações azuis” entrevistamos cerca de cinquenta diretores gerais de empresas de todos os setores e, de maneira quase unânime, eles se mostraram “agradavelmente surpresos” com o compromisso de suas equipes e o cumprimento impecável e generoso de suas responsabilidades durante a COVID, trabalhando de suas casas, sem presencialidade. Surpresos? Ou seja, pensavam que suas equipes não eram suficientemente “confiáveis”? Que se aproveitariam da situação para não trabalhar, para não render? 33% dos executivos entrevistados “sentiram falta” da possibilidade de controle que a presencialidade proporciona.
A estrutura tradicional
A estrutura organizacional tradicional, com chefes, departamentos, relatórios, comitês, é pensada fundamentalmente para assegurar o controle das operações. O controle é interessante e benéfico até certo ponto, mas parte de uma suposição, de uma ideia preconcebida: os trabalhadores não são confiáveis e precisam de supervisão para garantir seu desempenho. Esta premissa é, a meu ver, equivocada, representa um obstáculo à competitividade das empresas e será insustentável para as empresas que têm a vocação de liderar o futuro.
Não estou dizendo com isso que não seja necessário haver um certo controle do que está acontecendo na empresa. É necessário o acompanhamento, o estabelecimento de indicadores que sejam monitorados contínua e sistematicamente e a prestação de contas. Mas acredito ao mesmo tempo que é necessário mudarmos nosso foco do controle para a colaboração, da suspeita para a confiança, do escrutínio para o acompanhamento.
As organizações redárquicas
As organizações redárquicas não são estruturas sem controle, mas sem a associação do controle e da supervisão à organização hierárquica. Nessas organizações menos centradas no controle e mais na confiança, confia-se em um processo colaborativo para que a própria organização realize a supervisão das atividades, mas não se atribui aos chefes a responsabilidade de supervisionar seus colaboradores, tenham ou não o conhecimento, tempo ou habilidade para realizar essa supervisão de maneira ótima e eficiente.
Como aplicar este modelo à minha empresa?
A resposta é que não precisamos ser tão radicais para reduzir o peso do controle na organização e aumentar a confiança nos colaboradores. Não precisamos eliminar totalmente a hierarquia, nem os cargos e funções, nem o Departamento de RH. Também não proponho a erradicação do controle e da prestação de contas. Certo controle e supervisão são necessários e benéficos. A arte está em potencializar a confiança e o acompanhamento acima do controle e da supervisão. A seguir, enumeramos algumas chaves para transformar uma organização menos centrada no controle:
- Criar mecanismos de acompanhamento menos centrados na hierarquia.
- Impulsionar a orientação para a missão pessoal.
- Minimizar os relatórios e transformá-los em sessões de descoberta e acompanhamento.
- Criar mecanismos cooperativos de tomada de decisões.
Como são as empresas líderes, como agem, o que as distingue das demais?
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