Seidor
Escassez de talentos

03 de outubro de 2022

Escassez de talentos nas organizações: dilema e desafios

A escassez de profissionais capacitados no mercado de trabalho afeta cada vez mais empresas e organizações de todos os tipos. O fenômeno é multicausal e atinge todos os segmentos e regiões. Apesar disso, existem métodos e ferramentas que podem ajudá-las a enfrentar com sucesso esse problema, apesar disso a saída deve ser uma iniciativa conjunta de todos os setores envolvidos.

A escassez de talentos é uma realidade que atravessa todos os mercados e afeta as empresas globalmente. Enquanto a necessidade de as empresas contratarem pessoal capacitado continua aumentando, o ritmo de contratação de profissionais qualificados é cada vez mais lento e difícil.

Paralelamente, o nível de rotatividade de funcionários devido à ampla demanda no mercado é muito alto, como nunca na história, o que complica ainda mais as perspectivas de emprego das organizações.

A situação no continente americano

De acordo com a última pesquisa global Escassez de Talento” do Manpower Group, realizada com mais de 40.000 pessoas de 40 países, 75% dos empregadores relatam dificuldades para preencher as vagas, um número que representa um crescimento de 6 pontos em relação à pesquisa realizada em 2021.

No relatório da Manpower, pode-se perceber que os países do continente americano que apresentam maiores dificuldades na contratação de talentos são Brasil (81%), Canadá (77%), Guatemala (77%), Estados Unidos (74%) e Argentina (73%).

No caso dos Estados Unidos, por exemplo, há quase 11 milhões de vagas de emprego, enquanto os desempregados em todo o país apenas ultrapassam 6 milhões, segundo dados do Escritório de Estatísticas Laborais.

Panorama complexo e incerto

O problema é multicausal e já tem vários anos. A queda das taxas de natalidade, as mudanças demográficas, o aumento das aposentadorias antecipadas, as novas motivações dos millennials e centennials e, fundamentalmente, a crescente digitalização das organizações alimentada pela pandemia, têm feito com que muitos empregadores não consigam obter perfis que combinem conhecimentos técnicos com soft skills.

Especialistas em recursos humanos alertam que o fenômeno global de escassez de talentos poderia piorar ao longo dos anos.

De acordo com o estudo “The Global Talent Crunch”, da consultoria Korn Ferry, até 2030 a demanda por trabalhadores qualificados superará amplamente a oferta, causando uma escassez de mais de 85 milhões de trabalhadores.

TI, o setor mais afetado

Esta nova realidade do mundo do trabalho marcada pela escassez de talentos se manifesta em todos os segmentos, mas sem dúvida é a área de tecnologia que tem recebido maior impacto.

Nos últimos dois anos, a aceleração digital das empresas e a proliferação do trabalho remoto provocaram um aumento significativo na demanda por profissionais de TI, de todas as especialidades, que ainda não pôde ser atendida pelo mercado.

Na América Latina, por exemplo, quase metade das vagas de emprego de TI existentes -48%- não podem ser preenchidas por falta de profissionais, segundo o último relatório “Talento TI” da consultoria internacional PageGroup.

Retenção de talentos e uso da tecnologia: chaves para o sucesso

Diante dessa perspectiva sombria, quais são as ferramentas que as organizações têm para enfrentar o desafio da escassez de talentos?

Um dos caminhos é o fortalecimento dos recursos humanos atuais. Dada a dificuldade que apresenta o mercado para a contratação de novos colaboradores, as empresas devem aceitar esta mudança de paradigma do trabalho e investir na aprendizagem e desenvolvimento das suas equipes.

De acordo com estimativas do mercado de trabalho, os conhecimentos dos funcionários precisam ser atualizados a cada 3-4 anos. A retenção de talentos representa um verdadeiro desafio para as organizações, já que requer tempo, recursos e criatividade, não só para acompanhá-los em seu desenvolvimento e formação, mas também para alinhar os seus desejos com os objetivos das empresas.

A tecnologia é outra ferramenta fundamental que as organizações podem utilizar para combater a escassez de talentos por meio de uma gestão mais eficiente de seus recursos humanos. O mercado oferece atualmente soluções premium como SAP SuccessFactors, uma solução baseada em nuvem que permite as empresas a gerenciar sua força de trabalho de forma inteligente; ou como as que oferece Seidor, membro da United VARs, por meio de um amplo portfólio de soluções para a gestão dos recursos humanos.

A opção pelo trabalho remoto

Outra das alternativas que as empresas estão utilizando para enfrentar a escassez de talentos é recorrer à contratação remota, que permite o acesso a profissionais altamente capacitados.

A tendência é crescente: de acordo com a pesquisa global “Tendências atuais em trabalho remoto”, realizada este ano pela KPMG a mais de 530 empresas de 46 países, 89% das organizações consultadas afirmaram que já introduziram políticas de trabalho remoto ou estão pensando em fazê-lo.

Um desafio crucial para as empresas

A escassez de talento em nível global, acentuada nos últimos dois anos pela pandemia, é um problema que deve ser enfrentado conjuntamente pelos governos e organizações, para reduzir a grande brecha que existe hoje, orientando a educação e a formação para as demandas do mercado de trabalho.

Ao mesmo tempo, é um grande desafio para as empresas. Aqueles que estiverem mais preparados e conseguirem desenvolver estratégias mais inteligentes para incorporar novos talentos e reter os próprios, serão os que sairão na frente.

No entanto, muitas empresas estão incluindo em suas políticas de desenvolvimento e em suas áreas de Recursos Humanos, equipes especialmente dedicadas à formação de redes e espaços de debate e análise com órgãos governamentais, organizações sindicais, instituições de ensino e até mesmo com seus próprios concorrentes para desenvolver estratégias conjuntas que ajudem a abordar a questão com uma perspectiva holística e multidisciplinar. O caminho a seguir deve ser baseado na colaboração mútua entre todos os atores-chave. É hora de perceber que a escassez de talentos não é uma dificuldade para alguns, mas para todos: não há soluções individuais para um problema global.