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21 de outubro de 2021

TI – OT: Gelo na pirâmide

Dentro das diferentes áreas do que conhecemos como Indústria 4.0, a integração dos ambientes de TI (Tecnologia da Informação) com OT (Tecnologia Operacional) é uma parte com ainda muito espaço para crescimento na indústria, para a melhoria em aspectos como a eficiência operacional, a produtividade ou o tempo de reação frente às mudanças repentinas que infelizmente são cada vez mais comuns

Integração IT – OT

O que a integração IT – OT representa é complicado de visualizar, seja de uma perspectiva ou de outra. Lendo artigos, opiniões, blogs, analisando soluções ou propostas, vemos que muitos deles partem como ponto inicial da ISA-95 e sua representação da pirâmide de automação, como a via para expor essa integração no ambiente da indústria 4.0. É muito interessante analisar a partir dessa perspectiva OT, para poder ver o caminho que ainda temos a percorrer e o que obteremos ao fazê-lo.

A primeira grande mudança, a meu ver, é perceber que essa pirâmide precisa se expandir e evoluir (como muitos já fizeram e explicaram sabiamente), para dar lugar ao que realmente IoT e Smart Manufacturing podem trazer, e entre essas mudanças, a integração real dos ambientes IT e OT industriais e seus benefícios. Através da própria pirâmide, podemos encontrar o motivo pelo qual a integração IT – OT é necessária, bem como as partes onde essa pirâmide precisa se expandir.

Com um topo coroado pelo ERP (como pode ser o SAP no Nível 4), que se conecta com o mundo OT através de seus módulos com os sistemas MOM (Manufacturing Operations Management), MES (Manufacturing Execution System), ou similares no nível 3. Esses níveis são os que podemos entender dentro do âmbito IT, o restante, Nível 2 com os sistemas SCADA e Nível 1 com os sensores e elementos de controle e automação são os que estão completamente incluídos no ambiente OT.

IT - OT Cambio de perspectiva

Mudança de perspectiva

A primeira mudança na pirâmide que eu gostaria de fazer é transformá-la em um iceberg. Por quê? Porque a pirâmide nos dá uma sensação de estabilidade, tranquilidade, imobilidade, de perfeição. Em contrapartida, um iceberg, embora possa nos dar uma sensação cinematograficamente falando até catastrófica, é um elemento muito mais parecido com a realidade:

  • A parte visível nos dá uma intuição da realidade.
  • Uma massa enorme abaixo da superfície, invisível e muito fria.
  • Eles se movem, derretem, não são sistemas 100% estáticos.
  • Uma coisa boa, é água doce!

Peço desculpas a todos do mundo OT por deixá-los completamente abaixo da superfície, não foi feito de propósito. Para a próxima analogia, faremos com um barco!

Frio, mas com possibilidades

Assim, acabamos de congelar as pirâmides e transformá-las em icebergs. Cada nível inferior do nosso iceberg é maior que o anterior, gerando maior volume de dados que ficam majoritariamente resfriando-se abaixo da superfície. Cada nível superior sintetiza, filtra ou distorce os dados conforme suas necessidades e capacidades de processamento ou armazenamento disponíveis (e que em muitos casos não são todas as capacidades que gostaríamos de ter). Deixando assim, uma coluna de dados visíveis bastante estreita no iceberg, que representa apenas uma pequena porcentagem da massa de dados congelados.

Assim, percebemos que nosso iceberg (antes pirâmide) esconde abaixo da superfície do limite IT – OT (abaixo do nível 3) uma quantidade enorme de dados que foram pouco ou nada considerados no trajeto até o Nível 4 por qualquer motivo, e que em muitos casos vão se resfriando sem mais. Este é o desafio de uma integração plena IT – OT, descongelar esses dados (capturá-los), mas sobretudo devolvê-los ao estado líquido (aproveitar) esses dados no Nível 4. Por dois motivos bastante evidentes e conhecidos:

  • Agilidade industrial: é preciso levar em conta que, como comentamos, cada vez precisamos ser mais ágeis no dia a dia industrial, portanto, o aproveitamento desses dados mais próximos ao tempo real nos permitirá ganhar agilidade na tomada de decisões.
  • Visibilidade: o aumento do volume de dados úteis permitirá trazer à tona novos indicadores e métodos de análise que permitam antecipar acontecimentos. Descobriremos que a produção se move, muda (como um iceberg), e tentaremos prever como através disso.
posibilidades it-ot

Água de qualidade

Para aproveitar essa enorme massa de água doce (dados) de grande pureza e qualidade, que pode alimentar inúmeros recursos de negócios, devemos encontrar uma forma de trazê-la à tona, sem que se derreta sob a água salgada e se dilua no oceano. Além disso, a integração IT – OT pode oferecer muitas mais opções se não a limitarmos exclusivamente a módulos de planejamento da produção, já que muitos outros módulos de ERP podem aproveitar o valor dos dados.

Este é, portanto, um passo a ser dado em ambientes de planta industrial para conseguir elevar, a partir do ambiente Indústria 4.0, a união IT – OT que permita aproveitar o valor real oculto nos dados, por meio das ferramentas tecnológicas IoT, IT e OT que já são uma realidade, para configurar soluções de valor ao cliente.

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