ChatGPT: Para ter medo ou para aproveitar?

Enquanto lê este artigo, milhões de pessoas em todo o mundo estão a interagir e provavelmente a maravilhar-se com o sistema ChatGPT, uma tecnologia fascinante baseada em técnicas de inteligência artificial (IA), lançada em 2022 e que já está a revolucionar o nosso modo de vida.

Criado pela empresa americana OpenAI, o ChatGPT foi concebido para o ajudar em quase tudo o que precisa.

Com ele, pode traduzir um texto para a língua que escolher, escrever código de programação em qualquer linguagem informática para a função que precisar, compor uma canção sobre o tema que escolher, escrever uma obra literária, um guião, um poema ou um artigo com os parâmetros e a extensão que escolher, resolver um problema matemático complexo ou fazer recomendações de saúde, viagens e filmes.

E muitas, muitas outras coisas. Em apenas alguns segundos, e com uma precisão extremamente elevada.

E o mais surpreendente de tudo é que o ChatGPT fala com os seus utilizadores como se fossem pessoas reais. Para além de fornecer todo o tipo de informação, responde a reações, faz perguntas, questiona, sugere, comenta e até dá conselhos.

Parece ficção científica, mas não é.

O futuro já chegou

O lançamento do ChatGPT ultrapassou largamente todas as expetativas comerciais: no seu curto período de vida, já atingiu mais de 100 milhões de utilizadores, um número que, de acordo com todas as previsões, continuará a crescer a um ritmo vertiginoso nos próximos meses.

Os Estados Unidos são o país com a maior percentagem de pessoas que utilizam frequentemente o ChatGPT, mais de 10 por cento do total mundial, de acordo com a SimilarWeb. Também está a aumentar um pouco por todo o Mundo.

O seu criador e presidente da OpenAI, Sam Altman, que até há menos de um ano tinha um perfil relativamente discreto, afastado dos media, tornou-se no empresário mais reconhecido do momento, sendo a sua presença requisitada em todo o mundo por líderes de grandes multinacionais, pelos principais conglomerados mediáticos e até pelos presidentes dos países mais poderosos.

Mas como é que funciona esta nova ferramenta que promete virar o mundo de pernas para o ar? O ChatGPT é uma plataforma de inteligência artificial que trabalha com um algoritmo capaz de encontrar respostas para perguntas específicas e gerar textos em linguagem natural.

Ao contrário dos chatbots conhecidos até agora, o ChatGPT não fornece respostas predefinidas, mas é treinado (e o processo de aprendizagem é contínuo) para compreender, contextualizar e fornecer respostas coerentes, de acordo com os tipos de pedidos dos utilizadores.

O ChatGPT baseia-se na tecnologia GPT (Generative Pre-trained Transformer), um modelo de linguagem pré-treinado também criado pela OpenAI. A sua última versão, GPT-4, recentemente anunciada pela empresa, oferecerá uma maior precisão nas suas respostas e interacções, com o objetivo de alcançar um desempenho cada vez mais humano.

Mais valor e melhores resultados

Sempre que uma nova tecnologia surge no mercado, há receios, um dos quais é o de que possa tirar o emprego às pessoas, levando a um aumento do desemprego. Há também os pessimistas, como os que alertam para os danos que podem ser causados pela inteligência artificial utilizada por mentes maliciosas ou sem escrúpulos; ou os que prevêem que a IA acabará por dominar a humanidade.

Longe de tais visões negativas, o aparecimento do ChatGPT promete inúmeros benefícios que irão melhorar a vida das empresas e das pessoas em todo o mundo. Já está a ser utilizado com bons resultados nos setores da saúde, das finanças, da indústria transformadora e da metalurgia.

A sua versatilidade e capacidade de gerar conteúdos inteligentes estão também a ajudar as agências de marketing e publicidade, os meios de comunicação social e as instituições de ensino e investigação.

Os especialistas sublinham que a implementação da inteligência artificial nas empresas não eliminará as fontes de trabalho, mas transformá-las-á, acrescentando valor ao ajudar os colaboradores a desempenharem melhor as suas tarefas.

Com a capacidade de analisar grandes quantidades de dados, o ChatGPT pode ajudar empresas de todas as dimensões e setores a tomar decisões baseadas em dados e a melhorar a eficiência operacional e a experiência do cliente, a impulsionar o comércio eletrónico e a aumentar a produtividade.

Os parceiros certos

As grandes empresas tecnológicas, como a SAP, por exemplo, já estão a trabalhar com inteligência artificial em algumas das suas soluções. É o caso da SAP Business Technology Platform, SAP Analytics Cloud, SAP Build Process Automation, SAP Sales Cloud, SAP Integrated Business Planning, entre outras, que oferecem aplicações automatizadas e personalizadas à medida das necessidades dos clientes.

Christian Klein, CEO da SAP, afirmou recentemente que desenvolveram mais de 50 casos de utilização de inteligência artificial para oferecer aos seus clientes, e que já estão a trabalhar com o ChatGPT em conjunto com a Microsoft.

Na mesma linha, dentro deste ecossistema de empresas tecnológicas de ponta, a SEIDOR, um dos principais parceiros de negócio da SAP e membro da United VARs, também incorporou a inteligência artificial em vários dos seus produtos com o objetivo de ajudar a automatizar tarefas e otimizar as previsões de procura dos seus clientes.

Marco tecnológico

"O que estou a ver na IA só nos últimos 12 meses é incrível e pode ser tão importante como o PC, o PC com a interface gráfica do utilizador ou a Internet. É um dos quatro marcos mais importantes da tecnologia digital. A IA vai mudar a forma como as pessoas trabalham, aprendem, viajam, recebem cuidados médicos e comunicam entre si", previu Bill Gates, fundador da Microsoft, uma empresa que investiu vários milhões de dólares no projeto ChatGPT.

A mudança está aqui, agora, entre nós. Estamos a viver um momento fundamental e decisivo, uma mudança de paradigma que está a transformar a forma como as pessoas interagem com a tecnologia e que permitirá às organizações otimizar a sua produtividade e rentabilidade. Uma verdadeira revolução do conhecimento, com um potencial tão grande que ainda ninguém consegue prever até onde irá!