04 de junho de 2025
31% das empresas no mundo ainda não sabem como aplicar IA para aumentar a sua competitividade
- O SEIDOR AI Report 2025 revela que, globalmente, embora 78% das organizações aumentem o seu investimento em IA, apenas 69% têm uma estratégia clara para a transformar numa vantagem competitiva
- 74% das empresas acreditam que a IA irá transformar a forma como os negócios são feitos
- 31% das organizações admitem não ter o talento necessário para implementar com sucesso esta tecnologia
- A IA está a ser integrada em soluções-chave como ERP, CRM, cibersegurança, chatbots, plataformas de gestão de talento e marketing personalizado
SEIDOR AI Report 2025
O Relatório SEIDOR AI 2025, produzido pela empresa global de consultoria tecnológica SEIDOR com base em entrevistas com mais de 1300 empresas de todo o mundo.
Barcelona, 2 de junho de 2025. O SEIDOR AI Report 2025, elaborado pela consultora global de tecnologia SEIDOR com base em entrevistas a mais de 1.300 empresas em todo o mundo, revela que uma em cada três empresas (31%) ainda não sabe como aplicar a inteligência artificial (IA) para ganhar competitividade. Embora 78% das organizações planeiem aumentar o seu investimento em IA no próximo ano, muitas ainda não têm um roteiro claro que ligue esse investimento às prioridades do negócio.
Além disso, 74% das empresas acreditam que esta tecnologia irá transformar profundamente a forma de fazer negócios. A IA atua como motor estrutural da mudança, reformulando operações, processos de decisão e as relações com clientes, colaboradores e parceiros.
Guillermo Martínez, Global Head of Solutions & Technology da SEIDOR, afirma: “Muitas empresas estão a investir em IA, mas se esse investimento não for acompanhado de uma estratégia definida e de uma visão de impacto real, correm o risco de perder força face a concorrentes que estão a alinhar tecnologia, talento e transformação.”
Automatização e eficiência: alavancas globais de progresso
Globalmente, a automatização de processos consolida-se como a principal área de aplicação da IA, identificada por 42% das empresas. É o ponto de entrada mais natural, pois melhora a eficiência operacional, reduz custos e liberta recursos em prazos relativamente curtos. Seguem-se o desenvolvimento de software (29%) e a deteção de fraude (28%).
Entre os benefícios mais valorizados pelas organizações estão o aumento de eficiência (47%), o crescimento da produtividade (42%) e maior rapidez na execução de tarefas (40%). A redução de erros operacionais e a mitigação de fraudes vêm a seguir. Estes benefícios são especialmente evidentes em setores como tecnologia, indústria, logística e energia, onde a IA está a ser integrada nos processos centrais do negócio.
Em contraste, outras áreas como marketing, atendimento ao cliente e experiências de consumo personalizadas ainda estão em fases iniciais, apesar do seu elevado potencial para gerar diferenciação e valor acrescentado.
Domínios tecnológicos-chave e soluções integradas
A IA está a impulsionar novos casos de utilização em soluções tecnológicas já consolidadas. Os ambientes com maiores taxas de adoção são os chatbots e assistentes virtuais (76%), a cibersegurança (75%) e as ferramentas de suporte e gestão de TI (74%). Estas áreas atraem uma fatia significativa do investimento inicial devido ao impacto imediato na eficiência e na experiência do utilizador.
Os sistemas ERP, CRM e de gestão de RH também estão a evoluir para incorporar capacidades de IA que antecipam necessidades, automatizam decisões e oferecem recomendações inteligentes em tempo real. Esta evolução está a gerar um efeito multiplicador, sobretudo em empresas com uma base tecnológica madura.
Regista-se também um crescimento contínuo da IA em áreas como produtividade dos colaboradores, marketing personalizado, análise preditiva e melhoria do ambiente de trabalho, expandindo o seu alcance para além dos departamentos técnicos e abrangendo toda a organização.
Escassez de talento e lacunas na formação
A falta de profissionais com formação especializada em IA continua a ser uma das principais barreiras à sua adoção eficaz. Globalmente, 31% das empresas admitem não ter o talento necessário para implementar com sucesso esta tecnologia.
Esta lacuna de competências varia por região. Na Europa, 38% das organizações manifestam preocupação; nos Estados Unidos, 35%; enquanto na China, graças a um forte ecossistema educativo e à colaboração entre empresas e governos, apenas 13% percebem este obstáculo.
66% das organizações globais já estão a implementar programas internos de formação em IA. No entanto, o grau de implementação varia: 87% das empresas na China oferecem formação estruturada, contra 78% no Médio Oriente e apenas 58% na Europa. Esta assimetria limita a capacidade de muitas empresas para escalar projetos de IA para além de testes-piloto.
Privacidade, emprego e governação: dilemas em aberto
64% das empresas acreditam que a IA irá destruir mais empregos do que criar. Esta preocupação é particularmente elevada em setores como agricultura, infraestruturas e serviços financeiros, onde as tarefas repetitivas são mais suscetíveis de serem automatizadas.
A privacidade e segurança dos dados continuam também a ser preocupações importantes. 65% das organizações globais manifestam preocupação com o tratamento de informação sensível. Apenas 6 em cada 10 empresas afirmam dispor de mecanismos eficazes para limitar o acesso a dados críticos nos seus modelos de IA, número que contrasta com os 85% registados na China.
Ainda assim, estão a consolidar-se estruturas de governação em muitas grandes empresas para combinar inovação com segurança jurídica, especialmente em setores regulados como banca, saúde e transportes.
Fornecedores tradicionais mantêm a liderança
A ascensão dos modelos generativos não substituiu os fornecedores tradicionais de tecnologia. Empresas como SAP, Microsoft, Salesforce e IBM continuam amplamente reconhecidas pela sua liderança, integrando capacidades avançadas de IA nas suas soluções e evoluindo as suas propostas de valor para se manterem competitivas.
Estas empresas estão a impulsionar um novo paradigma na gestão empresarial, ao combinar a sua experiência com inovações em IA que ajudam a antecipar necessidades, detetar anomalias, melhorar decisões e personalizar experiências à escala.
O seu papel como parceiros estratégicos está a tornar-se mais forte, dado que muitas organizações confiam nestes fornecedores para desenvolver roteiros de IA seguros, escaláveis e eficazes.
O Oriente assume a liderança
O estudo da SEIDOR destaca maior dinamismo em regiões como a China e a América Latina. Na China, 90% das empresas já têm uma opinião formada sobre o impacto da IA nos seus negócios, e 87% oferecem formação especializada. Esta clareza estratégica traduz-se numa maior agilidade na execução de projetos concretos.
Na América Latina, 77% das organizações planeiam aumentar o seu investimento em IA. Países como Brasil, México, Colômbia e Chile estão a integrar a inteligência artificial em setores como banca, telecomunicações, comércio e serviços públicos, com uma abordagem prática e orientada para resultados.
Em contraste, a Europa (61%) e os Estados Unidos (58%) apresentam níveis mais baixos de clareza estratégica. Se esta falta de alinhamento entre investimento, talento e cultura digital não for corrigida, poderá limitar a sua competitividade nos próximos anos.
Uma oportunidade global que exige visão e ação
O relatório conclui que o desafio global não é apenas investir mais em IA, mas investir melhor. Alinhar estratégia, talento e tecnologia é fundamental para obter retornos tangíveis e sustentáveis. As empresas que combinarem visão, formação interna e uma abordagem ética ao uso da IA estarão melhor posicionadas para liderar a transformação dos negócios na próxima década.
SEIDOR AI Report 2025
O Relatório SEIDOR AI 2025, produzido pela empresa global de consultoria tecnológica SEIDOR com base em entrevistas com mais de 1300 empresas de todo o mundo.
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